Noite fria, gélida. Ouvi um barulho vindo da porta que dá para a rua, levantei-me. O vento soprava frio pelo telhado, sentia as minhas unhas roxas , meus pés anestesiados, quase me paralisavam e minhas mãos enrugadas e finas do frio, mesmo assim, caminhei em direção ao corredor que dava para a porta. Senti um arrepio forte nas costas e por um momento entrei em pânico. Os relâmpagos brigavam com espadas de fogo a cruzar os céus. De repente estava diante da porta. Briguei por um instante com uma dúvida, abrir ou não a porta? Resolvi encostar o ouvido e tentar ouvir algum barulho, senti que alguém me chamava pelo nome, mais uma vez aquele arrepio nas costas e o pânico me invadiu a alma. Pensei em voltar ao quarto, mas não, não conseguiria dormir. O que fazer, pensei. Foi então que olhei pela fechadura... Me congelei diante de uma cena aterradora. Uma outra de mim, me olhava! Meus músculos enrijeceram, meu grito sufocava-me, meus braços contorceram-se, minhas pernas em caimbras não saiam do lugar . Imobilizada. Ela então me cuspiu nos olhos, horrorizada gritei o mais alto que pude, desesperadamente. Fui socorrida por minha mãe, que mais uma vez me acordou de um pesadelo.
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